sexta-feira, 9 de abril de 2010
Campo e poesia
fica ai versos meus e de Emerson Fernandes retratando esta imagem...
Vai a tarde esmaecida dando bronze no açude
Traz a paz num rancho rude e um aroma do verão
Mês de bicheira e função onde o capricho e o zelo
Vão no mesmo atropelo pra defender o tirão
No meu rincão da nazária ter um rodeio parado
É um ritual do passado que não para e nunca morre
E se o tempo também corre deixa que o laço segura
Firmando nossa cultura cinchando nosso folclore
Se estende o laço nas aspas de um turuno abichado
Que vem no mais apertado com a cachorrada campeira
Cada baio uma tronqueira que ensinei a ter ouvido
Pra quando solto um silvido no meio da polvadeira
Tinido de argola é um hino, tirão de laço zuniu,
Que a pampa livre pariu o eterno ciclo do couro
Laçando o que já foi touro pra combater a bicheira
No estilo cá da fronteira com bom cavalo e cachorro
Garreado ta feita a cura e um berro sentido envolve
Quando ao campo se devolve e sai berrando a la cria,
Pois quem ganha o dia a dia gastando pingo e arreio
Faz só pra ouvir o floreio do campo em sua melodia
(Murilo Teixeira e Emerson Fernandes)
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